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Ebook: Línguas indígenas: artes da palavra / Indigenous Languages: verbal arts

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13.02.2024
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Este número de LinguiStica, o primeiro de 2019, contribui para a celebração do Ano
Internacional das Línguas Indígenas, iniciativa da UNESCO para estimular a consciência da vasta
diversidade linguística e cultural do mundo. Continuamos, também, o empreendimento que produziu
um primeiro volume contendo doze narrativas, analisadas, em línguas amazônicas (STENZEL &
FRANCHETTO, 2017, foco da resenha de Andrew Nevins neste número), cujo objetivo foi o de
permitir acesso e maior visibilidade às artes verbais dos povos indígenas. O sucesso dessa primeira
publicação, junto a pesquisadores indígenas e não indígenas, nos levou a organizar uma segunda
coletânea de execuções de artes verbais indígenas com introdução e traduções bilíngues, em português
ou espanhol e inglês. Como na publicação anterior, os textos agora publicados mostram o crescente
envolvimento dos povos indígenas na documentação, dando voz às suas perspectivas e aos seus
conhecimentos. Renova-se, também, a tradição das análises de textos como parte importante da
documentação linguística e etnográfica, bem como o reconhecimento de artes da palavra como fontes
para o entendimento de formas e práticas de vida e pensamento. São estes os tópicos da “roda de
conversa” - Com a palavra, os pesquisadores indígenas -, transcrita e editada, que substitui a sessão
“entrevista” e que representa uma novidade não presente no volume anterior. Reunimos professores
e estudantes indígenas de pós-graduação para que eles conversassem sobre tradição e inovação nas
artes das palavras ameríndias.
Os doze textos que compõem esta coletânea provêm de vozes femininas e masculinas de
doze povos indígenas da América do Sul, que falam línguas geneticamente distintas e que habitam
territórios da bacia amazônica até o Gran Chaco no Paraguay (vejam o mapa abaixo). São vozes dos
Guajá (Tupi, Tupi-Guaraní), que vivem no estado do Maranhão (nordeste brasileiro), e dos Krahô
(Jê, Timbira), em Tocantins, o estado vizinho a sudoeste. Indo para o Brasil central, temos narrativas dos Ikpeng (Karib), em Mato Grosso, and, novamente para oeste, dos Wayoro (Tupi, Tuparí) e dos
Karitiana (Tupi, Arikém), ambos em Rondônia. Os Dâw (Naduhup) e Wa’ikhana (Tukano Oriental)
vivem no noroeste brasileiro, na fronteira com a Colômbia, e encontramos os Muruí (Witoto) no sul da
Colômbia e norte do Peru. Não muito longe, entre Brasil, Colombia e Peru, e entre os rios Putumayo
e Amazonas, está o território Tikuna (isolada, condição ainda em discussão), com os Iskonawa (Pano)
na Amazônia peruana mais ao sul. Finalmente, indo para sudeste, estão os Guató (isolada) da região
do Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, e, ainda, os Maká (Mataguayan) no Paraguay.
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