Ebook: Estado Novo - Ideologia e Poder
Author: Maria de Castro Gomes OLIVEIRA Lúcia Lippi, VELLOSO Mônica Pimenta, GOMES Ângela Maria de Castro.
- Year: 1982
- Publisher: Zahar Editora
- City: Rio de Janeiro
- Language: Portuguese
- pdf
Esta coletânea tem por objetivo desenhar o perfil doutrinário
do Estado Novo apesar de sua inexistência
como unidade específica. As autoras puderam, não
obstante, reconstituir segmentos significativos na tentativa
de compor um todo. Os textos aqui presentes
procuram o sentido da construção ideológica do Estado
Novo através de um esforço de interpretação. A
existência de uma divisão do trabalho intelectual, ainda
que espontânea, entre os doutrinadores do regime
de 1937 - cada um deles se ocupa de questões bem
delimitadas sem se confrontar com os demais - permitiu
e facilitou a tarefa de integração de diferentes
perspectivas.
As autoras não tomam as intenções subjetivas desses
doutrinadores, mas suas idéias expressas em textos
escritos e a influência que exerceram sobre seus contemporâneos
- o que importa é terem os textos sido
relevantes para autores fi intérpretes do Estado N ovo.
Este I ivro não se preocupou em medir a distância que
separa as formulações doutrinárias da prática política
desse Estado. A pai ítica supõe a existência de doutrinas,
mas envolve também cálculos imediatos, pragmáticos,
que ocasionam alterações nos próprias princípios
doutrinários. Doutrina e regime não têm o mesmo significado.
Supõe-se, entretanto, certa coerência entre
doutrina e ação: são diferentes, por vezes se chocam,
mas não são elementos contraditórios da vida social.
Também não se pretendeu, aqui, identificar as "verdadeiras"
versões do Estado Novo, mas sim rastrear cada
uma das suas interpretações e usá-Ias como contexto
para a compreensão das demais. Os princrpios doutrinários
postos em prática durante o regime de 1937
nos remetem às relações entre a cultura, as formas de
organização polftica e econômica e o modo de compreender
a existência humana na sociedade brasileira.
Buscar, portanto, um todo inteligrvel entre a organização
e a cultura de uma sociedade significa pensar as
relações entre indivrduo, sociedade e Estado.A ideologia do Estado N ovo é apresentada pela análise
do pensamento de dois de seus teorizadores. Almir de
Andrade e Azevedo Amaral representam vertentes disti
ntas da construção doutrinária e desenvolvem suas
reflexões a partir de motivações e experiências profissionais
diferentes. Cada um ocupa-se em pensar esferas
distintas da vida social; eles constituem como que
duas faces do mesmo pol iedro. Almir de Andrade busca
na tradição a legitimação para o regime, enquanto
Azevedo Amaral apresenta a modernização como
justificativa para o reforçamento da autoridade do
Estado.
do Estado Novo apesar de sua inexistência
como unidade específica. As autoras puderam, não
obstante, reconstituir segmentos significativos na tentativa
de compor um todo. Os textos aqui presentes
procuram o sentido da construção ideológica do Estado
Novo através de um esforço de interpretação. A
existência de uma divisão do trabalho intelectual, ainda
que espontânea, entre os doutrinadores do regime
de 1937 - cada um deles se ocupa de questões bem
delimitadas sem se confrontar com os demais - permitiu
e facilitou a tarefa de integração de diferentes
perspectivas.
As autoras não tomam as intenções subjetivas desses
doutrinadores, mas suas idéias expressas em textos
escritos e a influência que exerceram sobre seus contemporâneos
- o que importa é terem os textos sido
relevantes para autores fi intérpretes do Estado N ovo.
Este I ivro não se preocupou em medir a distância que
separa as formulações doutrinárias da prática política
desse Estado. A pai ítica supõe a existência de doutrinas,
mas envolve também cálculos imediatos, pragmáticos,
que ocasionam alterações nos próprias princípios
doutrinários. Doutrina e regime não têm o mesmo significado.
Supõe-se, entretanto, certa coerência entre
doutrina e ação: são diferentes, por vezes se chocam,
mas não são elementos contraditórios da vida social.
Também não se pretendeu, aqui, identificar as "verdadeiras"
versões do Estado Novo, mas sim rastrear cada
uma das suas interpretações e usá-Ias como contexto
para a compreensão das demais. Os princrpios doutrinários
postos em prática durante o regime de 1937
nos remetem às relações entre a cultura, as formas de
organização polftica e econômica e o modo de compreender
a existência humana na sociedade brasileira.
Buscar, portanto, um todo inteligrvel entre a organização
e a cultura de uma sociedade significa pensar as
relações entre indivrduo, sociedade e Estado.A ideologia do Estado N ovo é apresentada pela análise
do pensamento de dois de seus teorizadores. Almir de
Andrade e Azevedo Amaral representam vertentes disti
ntas da construção doutrinária e desenvolvem suas
reflexões a partir de motivações e experiências profissionais
diferentes. Cada um ocupa-se em pensar esferas
distintas da vida social; eles constituem como que
duas faces do mesmo pol iedro. Almir de Andrade busca
na tradição a legitimação para o regime, enquanto
Azevedo Amaral apresenta a modernização como
justificativa para o reforçamento da autoridade do
Estado.
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