Ebook: Valise de Cronópio

O Julio Cortázar ensaísta é desconhecido do público brasileiro. A ensaística de Cortázar não se opõe à sua ficção e tampouco a repele; de certa fonna o ensaio cortaziano destaca-se de um fundo ficcional comum para adquirir contornos próprios. Valise de Cronópio apresenta dezoito planos ensaísticos de diferentes pesos e diferentes tipos de urdidura: o lema helênico fracionado em duas interpretações opostas pela óptica romântica; o romance visto como “coisa impura, o monstro de muitas patas e muitos olhos”; o poema tramado como “armadilha onde cai um novo fragmento da realidade”; o surrealismo e o fantástico considerados em um momento anterior ao da própria denominação limitadora; as figuras paraficcionais: Gardel, Armstrong, Clifford; o erotismo em ficção, o happening, o estranhamento do fazedor de ficção diante do mundo. Relações, discriminações, sobreposição de gêneros, destruição de gêneros, cada proposta temática recupera os materiais comuns ao ensaio, salvando-os da asfixia causada pelo conformismo disfarçado em análise. Cortazar sempre/Um novo Cortázar.